A Corrida da Vida

Correr sempre foi, para mim, mais do que um simples exercício físico. É uma forma de me desafiar, de crescer e de me conectar com algo mais profundo. No meu mais recente vídeo, decidi transformar uma corrida de 35 km numa analogia visual e emocional com o caminho para o sucesso na vida.

Acordar às 6 da manhã, enquanto a cidade ainda dorme, foi o primeiro símbolo do compromisso com um objetivo. O sucesso não espera pela vontade ou pelo conforto. Exige ação, mesmo quando o corpo pede mais cinco minutos de cama. Às 07:30, já estava a correr, e o nascer do sol foi o meu primeiro prémio do dia — a beleza que só quem se levanta cedo tem o privilégio de ver.

Ao longo do percurso, fui registando paragens estratégicas: aos 10 km, 15 km, 21 km (a famosa meia-maratona), 30 km e, finalmente, 35 km. Cada uma destas etapas simboliza um ponto crucial na jornada da vida.

Aos 10 km, ainda estamos a aquecer, mas já sentimos o esforço. Representa o início dos nossos projetos, aquele momento em que a motivação ainda é alta, mas já é posta à prova.

Aos 15 km, entra a persistência. Já não corremos por entusiasmo, mas por disciplina. A paixão inicial começa a ser substituída por compromisso. E é aí que muitos desistem — porque perceberam que o caminho é longo, mesmo depois de já terem dado tanto.

Chegar aos 21 km é uma vitória, mas é apenas metade da história. É o ponto de viragem. Olhamos para trás e vemos o que já conseguimos, mas também sentimos o peso do que ainda falta. Esta fase reflete bem aqueles momentos na vida em que, mesmo com algum sucesso alcançado, percebemos que a jornada está longe de terminar.

Aos 30 km começa o verdadeiro teste. É aí que o corpo e a mente gritam para parar. Que surgem as dúvidas, as dores, o cansaço. Mas também é aí que se constrói o carácter. Quem continua, fá-lo por algo maior do que o conforto — fá-lo por propósito.

E finalmente, os 35 km. Um número simbólico. Podia ser 42, podia ser menos. Mas os 35 marcaram para mim o ponto em que não há retorno. Onde cada passo é uma afirmação: “eu consigo”. É aí que sentimos a realização, não apenas por cruzar uma meta, mas por ter superado todas as etapas anteriores.

Este vídeo não é apenas sobre corrida. É sobre a vida. Sobre os sacrifícios silenciosos, os momentos solitários, as pequenas vitórias e os grandes desafios.

Espero que, ao vê-lo, consigas refletir sobre a tua própria maratona — seja ela qual for — e que te inspires a continuar, um quilómetro de cada vez.